quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mais de 20% dos motociclistas acidentados em SP usaram drogas

Em três meses de trabalho, uma equipe de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo chegou a resultados preocupantes. Um em cada quatro motociclistas vítimas de acidente de trânsito, na capital paulista, não tem carteira de habilitação. Outro dado que assusta é a imprudência na direção. Em cada cinco pessoas que sofreram acidentes com motocicletas, uma consumiu álcool ou outra droga antes de dirigir.

Segundo a professora do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas e coordenadora do estudo, Júlia Greve, depois do álcool, a cocaína foi o entorpecente mais encontrado nos exames. O levantamento traz estatísticas que podem ser comparadas às de uma epidemia, como, por exemplo, aproximadamente 70% dos entrevistados apresentaram lesões graves com fraturas dos membros inferiores, superiores e politraumatismos, sete das vítimas morreram no hospital e dez, no local do acidente.

A pesquisa foi feita com base em informações de 326 vítimas atendidas em hospitais da zona oeste da cidade, região que abrange a marginal Pinheiros e Tietê, além de outras avenidas de tráfego intenso. A análise, realizada entre fevereiro e maio deste ano, contou com a colaboração da Companhia de Engenharia de Trânsito (CET), dos Bombeiros e da Polícia Militar.

Um dado que merece atenção é que 18% dos casos observados pelos pesquisadores tiveram como principal causa problemas na via pública, como buracos e sinalização deficiente. A responsabilidade pelos acidentes se divide quase que igualmente entre motoristas (51%) e motociclistas (49%).

Segundo o estudo, a maior parte dos acidentados (92%) eram homens com idade média de 29,7 anos. Desses, 73% usavam a moto como meio de transporte, e 25%, para trabalho. A pesquisa destacou ainda que oito em cada 10 motos envolvidas em acidentes tem até 250 cilindradas e menos de seis anos de uso.

O levantamento também leviandade no quesito segurança por parte dos motociclistas. Apesar de 90% dos pesquisados estarem utilizando capacetes, apenas 22,7% usavam botas e 18,1%, jaquetas. Das vítimas, 77% possuíam Carteira Nacional de Habitação, mas 33 % pilotavam a menos de quatro anos. Dos motociclistas analisados, 67% aprenderam a dirigir sozinho, sete morreram no hospital e dez no local do acidente.

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